Aldeias indígenas, seringais, comunidades ribeirinhas, quilombos, assentamentos rurais e vilarejos isolados recebem atenção especial
O Brasil comemora, neste mês de maio, 25 anos da urna eletrônica. Mas esse número também poderia ser calculado em quilômetros. Afinal, a cada eleição, milhares de urnas percorrem distâncias enormes para chegar a locais mais afastados do país: aldeias indígenas, quilombos, assentamentos e comunidades ribeirinhas, por exemplo. Para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), todo eleitor importa e, assim, a democracia é fortalecida.
Nas Eleições 2020, mais de 1.200 localidades isoladas, em 383 municípios, precisaram de um esquema especial no deslocamento de equipes dos Tribunais Regionais Eleitorais para a entrega das urnas. São locais de difícil acesso, e a logística para que elas cheguem até esses locais conta com avião, helicóptero, barco e até canoa.
Para as urnas eletrônicas chegarem de helicóptero em aldeias de indígenas isolados em Atalaia do Norte (no estado do Amazonas), há uma distância a ser percorrida de 1.136 quilômetros, partindo de Manaus. Para a aldeia Kassauá, no mesmo estado, são 314 quilômetros, enfrentando 23 corredeiras, nas quais os ocupantes da embarcação têm que sair e empurrá-la rio acima, ou arrastá-la pela margem.
No Pará, segundo estado com maior número de localidades de difícil acesso, atrás do Amazonas, para a urna chegar até a aldeia indígena Wai-wai, que se encontra próxima do município de Oriximiná, é preciso uma viagem de mais de 820 quilômetros, que inclui 16 horas de barco, enfrentando correntezas até as cachoeiras do entorno da aldeia. Após esse ponto, são mais 14 horas de voadeira, pilotada apenas por índios, que conhecem profundamente a região. Já no Maranhão, algumas dessas comunidades remotas, entre elas alguns quilombos, estão localizadas em 11 ilhas ao longo dos 640 quilômetros da costa.
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